quinta-feira, 14 de julho de 2016


Quarto e Atual Bispo da Diocese de Ruy Barbosa


História de:  Dom André de Witte
Autor: Dom André de Witte
Publicado em: 14/07/2016



Nasceu em 31 de dezembro de 1944 em Scheldewindeke, pequeno município da Flandria Oriental, Diocese de Gent na Bélgica. Filho de Armand de Witte e Agnes Delbeke, agricultores já falecidos. Tem três irmãos e uma irmã, casados, pais e avós.
Fez o primeiro ano colegial, “Humaniora Clássica” no colégio diocesano em Zottegen e mais cinco anos no Colégio dos Padres Carmelitas em Haasrode, onde descobriu a vocação: ser padre para a América Latina, atendendo ao convite do Papa que através da Encíclica Fidei Donum, convidava à solidariedade com as igrejas da América Latina. O Bispo de Cient concordou com a sua formação como seminarista do colégio para a América Latina estudando na Universidade Católica de Lovaina (Bacharelado no Instituto Superior de filosofia, 1962 -1964, e Bacharelado na Faculdade de Teologia, 1964-1968). Foi ordenado padre na igreja do decanato de Oosterzele a seis de julho de 1968.
Filho de agricultores e com o ideal de servir melhor ao povo latino-americano, naquele tempo majoritariamente no campo, seguiu o exemplo de Benoni Leys, colega da mesma Diocese, e se formou como engenheiro agrônomo, secção economia e sociologia agrícola, na Universidade Católica de Lovaina (1968-1973).
Fez o costumeiro estágio pastoral paroquial em Zwijndrecht (1973-1975) e chegou ao Brasil no dia doze de fevereiro de 1976. No cais em Recife estava Benoni Leys que chegou dois anos antes e com quem ia formar equipe na recém criada Diocese de Alagoinhas, onde Dom José Cornelis, era o primeiro Bispo.
Acolhido na casa dos padres alemães de santo Antônio em Alagoinhas, e das Irmãs Missinárias de Nossa Senhora das Dores no Distrito de Boa União, referência para trabalhos missionários e acolhida de missionários (a)s, teve este valioso apoio para começar a conhecer a realidade do povo e do trabalho pastoral. A Semana Santa de 1976, em Teodoro Sampaio foi seu “batismo de fogo”.
Na paróquia do Divino Espírito Santo que abrangia Inhambupe, Sátiro Dias e o Distrito Itamira de Aporá, os padres se esforçaram para visitar, celebrar missas e cuidar dos sacramentos nas numerosas comunidades, mas, sobretudo para formar comunidades e suas lideranças, catequistas, animadores para círculos bíblicos nos momentos fortes de evangelização na Campanha da Fraternidade, no mês de Maria e no mês da bíblia, animadores para o culto dominical.Isto representa a primeira parte do trabalho evangelizador: formar o povo de Deus, a parte mais interna, eclesiástica.
O objetivo da CNBB é também “participar da construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida, rumo o Reino definitivo”.
Aqui entra a participação na equipe da Pastoral Rural com todo o serviço que a mesma realizou. Uma primeira fase pode ser caracterizada de conscientização e organização dos lavradores, com reuniões nas comunidades em toda a Diocese, encontros trimestrais para Lideranças nos Centro Diocesano, participação ativa do movimento da ACR – Animação dos Cristão no Meio Rural nas assembleias em Recife e em nível de Bahia em Alagoinhas, Senhor do Bonfim e Ruy Barbosa, da CPT, das Romarias da Terra em Bom Jesus da Lapa que inspiraram a Jornada dos Lavradores diocesano anual para o Dia do Lavrador. Era época que os grandes grilavam a terra (terra de negócio) e expulsavam os pequenos que ficavam sem a terra de trabalho. A Pastoral Rural contribuiu para a criação de oito STRs – Sindicatos dos Trabalhadores Rurais.
Na segunda fase se destaca a profissão e a formação de jovens como trabalhadores e trabalhadoras com a fundação da Escola Família Agrícola. Merecem destaque os monitores, casais e solteiros que deram a qualidade ao trabalho, a participação temporária dos Quiriris de Mirandela hoje Banzaê. Ajuda financeira veio de solidariedade internacional via DISOP da Bélgica.
Diante do fato que o pequeno lavrador e mesmo uma associação de lavradores não tinha acesso a crédito foi dado um novo passo: a formação de uma cooperativa, formada pelas associações da comunidade com alunos e ex-alunos da EFA e que trabalhou pelo lado dos insumos (sementes, adubos, trator comunitário), no beneficiamento dos produtos (farinha, milho, ração fubá) e do crédito financeiro (SICCOB).
Na Diocese de Alagoinhas Padre André ainda recebeu a missão de Vigário Episcopal do Zonal do Sertão, administrador paroquial de Ribeiro do Amparo – Heliópolis, Diretor Episcopal dos seminaristas, coordenador diocesano da pastoral e vigário geral
No dia oito de junho de 1994 foi nomeado pelo Papa João Paulo II Bispo da Diocese de Ruy Barbosa, vacante desde a morte repentina de Dom Matthias Schmidt em vinte e quatro de maio de 1992. Padre André foi ordenado Bispo em Inhambupe no dia vinte e oito de agosto 1994, pelo Arcebispo de Salvador Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, juntamente com os bispos Dom Jaime Mota de Farias de Alagoinhas e Dom Arthur Luysterman de Gent e outros bispos presentes,  começou a missão em Ruy Barbosa no dia dezoito de setembro do mesmo ano.
No Regional NE3 era durante alguns anos o bispo a acompanhar a Juventude, e atualmente é o bispo referencial da CPT. Em 1995 foi eleito Presidente do SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes, e assumiu esta missão na CNBB durante dois mandatos (oito anos). Foi sucessor do saudoso Dom Mário Zanetta de Paulo Afonso, como Presidente do IRPAA – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada em Juazeiro e chegou a ser reeleito para este cargo. Dom André também representou a igreja católica na Diretoria da CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviços.
A Diocese de Ruy Barbosa foi criada em 1960 e hoje é formada pelo povo católico (ao redor de 460.000 habitantes) de 23 paróquias (em 22 municípios e 25.900 km²). Dom André entrou na caminhada deste povo do Sertão e do Piemonte da Chapada Diamantina como o seu quarto Bispo. Fiel à proposta da CNBB, incentivava o equilíbrio dos dois aspectos da evangelização, o “Eclesiástico”, ser uma igreja de CEBs, como paróquias redes de comunidades que celebram e vivem sua fé, e a missão para a transformação da sociedade. A Diocese conseguiu abrir o seu seminário Bom pastor e ordenar os primeiros padres, mas quer ser uma igreja não só clerical e sim toda ministerial e como expressou um compromisso da segunda Semana Social Diocesana, que liga sempre fé e vida. Terra para trabalhar, água para a família e a produção, e cidadania, são prioridades, a partir da opção preferencial pelos pobres e não só para o povo católico. Numerosos iniciativos de solidariedade nas comunidades bem como a luta para políticas públicas e a participação, através da Cáritas Diocesana, na ASA – Articulação do Semiárido e na Gestão de projetos governamentais com construção de mais de 12.000 cisternas para famílias, quase mil e oitocentos para a produção, bem como barreiros e aguadas concretizam a motivação da fé e o objetivo diocesano de evangelizar: a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, como igreja de CEBs, transformando a realidade que nos cerca, construindo uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida e da esperança em vista do Reino definitivo para que todos e tudo tenham vida e a tenham em abundância (Cf. Jo 10,10).

O Bispo Dom André, com os padres, irmãs e o povo, leigos e leigas, lutam para alcançar este objetivo.

segunda-feira, 11 de julho de 2016


Carnaval em Ruy Barbosa (Carnaval de Defonso)


História de:  Idelfonso Soares Correia
Autora:  Acervo da Biblioteca
Publicado em: 11/07/2016


   Em 1952 o Senhor Idelfonso Soares Correia chegou á cidade de Ruy Barbosa. Natural da cidade de Maragojipe, cidade onde acontece o mais famoso carnaval de máscaras da Bahia, ele veio para cá a trabalho, trabalhando como enfermeiro na construção da estrada de ferro.
   Ao chegar à cidade notou que não havia nenhum tipo de divertimento para os jovens que aqui moravam. Então começou a falar em realizar um carnaval de máscaras em Ruy Barbosa. Os jovens, porém ficaram espantados, e tinha certo receio sobre a ideia, pois não só jovens como também todos os adultos achavam o carnaval uma indecência e falta de respeito para com o tempo em que se vivia, que era justamente o tempo que antecede a quaresma, segundo preceitos religiosos, este era o tempo em que fariseus procuravam Jesus, o filho de Deus para apreendê-lo. Assim eles tinham convicção de que esses dias não eram dias para se festejar.
   Mesmo assim o Senhor Idelfonso não desistiu de sua ideia de realizar em Ruy Barbosa o primeiro carnaval de máscaras. Começou a reunir os seus amigos em sua casa que ficava localizada na Rua Antônio Novaes, mais conhecida como “Rua da Areia”, e passavam horas e horas ensaiando. Foi então no ano de 1953, um ano após sua chegada, que ele juntamente com seus posseiros da ópera, Geraldo de Caboré, Silvino, Antônio de dona Capuchinha, Saturnino, Antônio do Folga e os demais, que ele realizou então o primeiro carnaval de máscaras da cidade.
   Daí então, todos os anos, era festejados o carnaval em Ruy Barbosa, e Seu Idelfonso sempre animando e puxando a população pra rua, para se divertir e pular carnaval como nunca se tinha visto em Ruy Barbosa. E com pouco tempo, o “Carnaval de Defonso” que era como chamavam a festa na época, se tornou uma festa bonita onde a maioria dos moradores da cidade se divertia e também ajudavam na organização da festa, as pessoas se juntavam para enfeitar as suas ruas, e assim deixavam a festa ainda mais bonita e animada. As máscaras eram confeccionadas pelo Senhor Idelfonso, ele utilizava os seguintes materiais: papelão, sacos de papel, sacos de linhagem e para dar o toque especial nas fantasias, as pessoas se vestiam com mortalhas e as crianças se vestiam com roupas dos pais. Uma das fantasias que mais marcava o carnaval era a de Seu Idelfonso, gostava de se vestir com uma saia de crochê e uma camiseta vermelha.
    Iam pra rua e era uma festa só, Seu Idelfonso na frente com sua corneta, tocando e cantando junto com seus amigos animando a folia, não era à toa que ele era conhecido como o rei do carnaval de Ruy Barbosa. As pessoas o respeitavam muito, não havia necessidade de policiamento na festa, pois nunca ninguém presenciou nenhuma confusão durante a festa. A festa começava pela manhã, saia da casa do senhor Idelfonso e rodava pelas ruas da cidade, ao meio dia tinha uma pausa, os foliões iam para suas casas, almoçavam, tomavam banho, e á tarde retornavam fazendo a festa pela cidade. Até o prefeito da época o Dr. Milton da Costa Marinho, ia sempre prestigiar a festa, ficava em seu jipe assistindo as pessoas se divertirem no carnaval.


sexta-feira, 8 de julho de 2016


Minha História de vida

História de:  Raimundo Arruda de Oliveira
Autora: Raimundo Arruda de Oliveira
Publicado em: 08/07/2016

  Raimundo Arruda de Oliveira, conhecido por Cebion, nascido em quinze de abril de 1960 na fazenda Riachuelo, a 45 km da cidade de Ruy Barbosa Ba, filho de Rafael Barbosa de Oliveira e Nacimenta Benta Arruda.
   Quando criança morei na Bonita, distrito de Mundo Novo Ba, juntamente com meus pais e meus seis irmãos: Marilene, Zenilda, Jaciara, Edivaldo, Lai e Marileide.
   Tempos depois, os meus pais se mudaram para a cidade de Ruy Barbosa Ba. Comecei a estudar aos meus nove anos de idade, mais logo foram interrompidos, pois comecei a trabalhar para ajudar a minha família ,  depois de um certo tempo reiniciei os estudos e tão logo mudei-me para a cidade de Miguel Calmon. Depois fui para a cidade de São Sebastião de Passé e em 1979, fui para a cidade de São Paulo, retornando em 1981. Tão logo, fui para Salvador a trabalho como ocorreu nas demais cidades, as quais foram citadas.
  Fiz de tudo um pouco: balconista, açougueiro, vendedor de picolé, sapateiro, garçom e trabalhei durante nove anos como armador de móveis, fui recepcionista de hotel e marceneiro. Retomei os estudos, fiz o curso supletivo, mais não concluir. Comei a trabalhar no supermercado Pague Menos. Nesta época, conheci Vera Lúcia da Cruz Ferreira, namorei três anos e nos casamos em 1986, com quem tive um filho de nome Greyfe Ferreira de Oliveira, nascido em primeiro de maio 1988. O nosso casamento durou apenas dezessete anos, vindo a nos separamos em 2002.
   Trabalhei nove anos na Fenícia e vinte e cinco anos na pousada Tropical em turnos diferentes, para construir a minha casa e deu tudo certo. Sair dessa empresa em 2013.
   Sou desquitado e estou solteiro até hoje. Continuei trabalhando e ingressei no esporte muito tarde, com vinte e seis anos de idade, mas meu esporte preferido era o futebol. Cheguei a criar um time de futebol chamado Mirim, o qual não deu certo, daí em 1983 descobri o atletismo. A minha primeira prova no atletismo, foi num percurso de onze km, na cidade de Ruy Barbosa Ba. O prefeito da época era o Senhor Manoel Antônio Jansen da Silva Melo. A corrida aconteceu no dia vinte e um de abril em homenagem a Tiradentes, onde fui classificado em sétimo lugar, ganhando assim, a minha primeira medalha. Foi o começo da minha vida de atleta e uma mudança radical em todos os sentidos, registrando o meu nome na história esportiva de Ruy Barbosa na Bahia, como o único atleta dos esportes olímpicos, elevando assim o nome da nossa cidade juntamente a grandes competidores no país e no exterior, bem como o reconhecimento na Federação Baiana de Atletismo e federado como campeão baiano de corrida de rua em 2014, na categoria 50/54 anos.
   Tive acesso a mídia, rádio, televisão e jornais, sempre dando entrevistas ao longo da minha carreira esportiva como a São Silvestre que ocorreu em 1990 e ao longo do tempo participei de grandes entrevistas em jornais e TVs no país, como: antiga TV Manchete, Rede TV, TV Aratu, TV Bahia, TV Globo, Rede Record e no Jornal á Tarde. Mas o maior prêmio que um atleta ganha é o reconhecimento da família e da sociedade em geral.
   A vida de um atleta tem que ter disciplina e perseverança, tendo assim, que abrir mão de muitas coisas para estar sempre no topo. Dessa forma, os treinamentos diários são muito importantes, para dar continuação ao esporte, atingir seus objetivos e chegar sempre no pódio. A vida de alguns atletas assim como eu, ainda é muito difícil, pois tenho que treinar muito e ainda correr atrás dos patrocínios. Aqui em Ruy Barbosa na Bahia onde moro tenho que agradecer a todos que contribuíram e contribuem para engrandecer a minha carreira como atleta. Agradeço também aos comerciantes locais, empresários de fora e em especial ao meu grande amigo Alex da Mex, que me deu todo apoio e ajuda desde que comecei a minha carreira esportiva.
   Já corri milhares de provas de 5 km, 10 km, 15 km, muitas de 21 km e 25 km como a da cidade de Aracajú, mais nunca tinha corrido uma maratona completa que é de 45 km e 195 m. Em 2011, participei da minha primeira maratona e escolhi a Maurício de Nassau em Recife – Pe, onde terminei em segundo lugar na minha categoria. A minha segunda participação foi em 2012 onde fui campeão e em 2013 terminei em segundo lugar na categoria 50/54, onde tive bons resultados em quase todos os Estados que participei, como a meia maratona do Rio de Janeiro, a Volta da Pampulha em Belo Horizonte, Maceió, Natal e outros como na Argentina em 2010 e na meia maratona em Buenos Aires.  Até nos dias de hoje fui contemplado com 190 troféus e 160 medalhas, fruto das minhas conquistas. 
   Cebion é o meu apelido, o qual me foi dado pelo amigo Lauro aos oito anos de idade, pois na época, havia um comercial na TV com um boneco de topete no cabelo e como eu tinha esse mesmo penteado fiquei conhecido por Cebion. Entre outras atividades, sou também artesão, trabalho com artes em madeira e sou evangélico, membro da Igreja Batista Heróis da Fé, desde 1995, onde congrego até então.
  

 

 
Lafayette Azevedo Cohim Silva
(Dr. Etinho)

História de:  Lafayette Azevedo Cohim Silva
Autora:  Maria
 Betânia Cohim
Publicado em: 08/07/2016



   Nasceu em Ruy Barbosa – Ba, em sete de março de 1926, filho de Corinto Silva (poeta) e Zenaide Cohim.
   Formou-se em medicina pela Faculdade Baiana em 1956, sendo escolhido como orador da turma, pela sua extraordinária oratória, derrotando o seu colega Antônio Carlos Magalhães (ACM).
   Casou-se com Haydee Galvão, teve dois filhos: Maria Betânia (adm. de empresas) e Lafayette Filho (adv. criminalista).
   Trabalhou como clínico e diretor no Hospital Regional de Ruy Barbosa, antigo Funrural, clínica particular e outros.
   Morou por anos na rua que abriga o nome de seu pai, e sentia-se feliz.
   Eleito pelo povo, como prefeito em 1970, numa eleição acirrada, com apoio de seu amigo irmão Dr. Brasil Ramos e seu colega anjo Dr. Claudionor Batista, e junto com a força maior da “arraia miúda” (expressão usada por ele, referindo-se aos seus eleitores que tanto gostava), derrotando o adversário apoiado pelo Coronel Adalberto Sampaio. Na sua gestão entre outras, as micaretas são lembradas pelo trio elétrico indo até a periferia da cidade.
   Faleceu em treze de agosto de 1978, estando vivo na memória e no coração das pessoas.
   Deixou um legado de retidão, de caráter, humildade e amor ao próximo.